segunda-feira, 4 de julho de 2011

Capoeira Regional

A capoeira Regional foi criada por Mestre Bimba (Manoel dos Reis Machado, 1899 - 1974), conhecido por ser um habilidoso lutador nos ringues, e inclusíve, ser um exímio praticante da capoeira Angola.

Bimba criou sequências de ensino e metodizou o ensino de capoeira. Inicialmente, chamou sua capoeira de Luta Regional Baiana, de onde surgiu o nome regional.

Procurou fazer com que a capoeira tivesse uma maior força como luta e fez isto incorporando à ela novos golpes. Um fato conhecido, é de que Bimba teria incorporado golpes do Batuque, uma luta, já extinta, que era rica em golpes traumáticos e desequilibrantes. Inclusive, sabe-se que o seu pai era praticante.
Há muita discusão também sobre se Bimba teria ou não absorvido golpes de outras lutas, como judô, o jiu-jitsu, a luta livre e o savate, luta de origem francesa, para compor sua Capoeira Reginal. Entre os velhos Mestres, essa é a opinião vigente, mas apesar disto, eles não acham que este fato seja negativo ou descarecterizador.

A Regional surgiu por volta de 1930, mas Mestre Bimba se preocupou não só em fazer com que a Capoeira fosse reconhecida como luta, ele também criou o primeiro método de ensino da Capoeira: as "sequências de ensino", que auxiliavam o aluno a desenvolver os movimentos fundamentais da capoeira.

Em 1932 foi fundada por Mestre Bimba a primeira academia de capoeira registrada oficialmente, em Salvador, com o nome de "Centro de Cultura Física e Capoeira Regional da Bahia".

Das muitas apresentações que Mestre Bimba fez, talvez a mais conhecida tenha sido a ocorrida em 1953, para o então presidente Getúlio Vargas, ocasião em que teria ouvido do presidente: "A capoeira é o único esporte verdadeiramente nacional".

Na academia de Mestre Bimba a rigorosa disciplina que vigorava determinava três níveis hierárquicos: calouro, formado e formado especializado. Uma das maiores honras para um discípulo era poder jogar Iúna, isto é, jogar na roda de Capoeira ao som do toque denominado Iúna, executado pelo Berimbau.

O jogo de Iúna tinha a função simbólica de promover a demarcação do grupo dos formados para o grupo dos calouros. A única peculiaridade técnica do jogo de Iúna em relação aos jogos realizados em outros momentos na roda de Capoeira era a obrigatoriedade da aplicação de um golpe ligado no desenrolar do jogo, além do fato de destacar-se pela maior habilidade dos Capoeiristas que o executavam. O jogo de Iúna era praticado apenas ao som do Berimbau, sem palmas ou outros instrumentos o que reforçava seu caráter solene. Ao final de cada jogo todos os participantes aplaudiam os Capoeiristas que saíam da roda.

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